sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

MOMENTO MUSICAL




E eu não quero levar comigo
a mortalha do amor
Adeus

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

MOMENTO POÉTICO

Do rompimento


A triste folha quase seca divaga presa ao ramo de uma longa árvore
cheia de amargura pela proximidade de sua finitude
recorda saudosistamente seus dias verdes
chora a fugidez de uma primavera que não voltará
e antes que se notasse o passar da lua lá estava ela
mais seca, mais disforme, perdera toda sua cor


e quanto mais cor perdia, mais amarga se fazia e na secura extremecia
poderia a triste folha feliz vir a se tornar? - cantavam as flores
num baixo coro comedido de pudor
eis que repentinamente a folha cai, mas rápido que as outras
pesada e, mesmo já ao chão na queda permanecia
caindo


nem mesmo todo o ninho das mais vo...

Perdoem-me, sintom muito (não sabem o quanto), mas jamais poderei terminar
este texto, pela simples impossibilidade de voltar ao tempo
isso faz parte de nossa condição e, por vezes,
somos interrompidos, interditados, convocados pela objetividade da realidade
e, o imperativo desta convocação pode ser soberano, não podemos continuar
daí surge a grande tentação que na verdade se exprime neste texto:
"chorar a fugidez de uma primavera que não voltará"
mas esse não sou mais eu, não posso, não devo, não quero
Por isso aqui fica registrada a minha vontade
da criatividade
da liberdade
de mesmo no erro
no futuro me encontrar!